domingo, 19 de outubro de 2014

O que eu quero menino? Quero que você responda, quero te ver lutar, quero te ver merecedor, orgulhoso menino, sem dúvidas, sem passado, sem medo, sem mágoa... Quero teu enlace forte, quero teu riso frouxo, quero tuas amarras soltas menino, quero que sejas meu e quero que desejes-me tua, mas não se vive só de desejos menino, preciso descansar minha bagagem, me desarmar, esquecer os poréns e o fato de minha ingenuidade ter ficado nos 22. Quando te vejo me monto toda menino, tenho granadas na cintura e piripaque no peito, fico agitada e com o peso daquela velha amiga, a consciência chata e impiedosa que grita nos meus ouvidos, ele não é para você! Ah, eu nunca gostei de regras! Meu jogo é limpo garoto, sou inteira e em um segundo te coloco para correr... Transbordo certezas e inseguranças e jogo essa tonelada em cima de ti, batata quente é coisa do passado, toma aí essa manada de tortura sobre a minha vida, só cuidado menino, o atropelo é inevitável e o solavanco é forte. O gosto é ácido não é mesmo? Desejaria tanto que fosse doce menino... Desejaria não ser tão mulher e me entregar de olhos fechados a essa emoção momentânea. Mas mato tudo em mim, inclusive você, sou uma assassina profissional e tenho talento! Mas o que eu quero menino? Que você não morra, que você sobreviva, quero você, infante e imortal... Te queria homem menino, só por hoje... Podemos fazer um pacto? Você homem e eu menina, só por hoje?

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Embalos de uma quinta a noite


Quando não se tem mais 18 anos (ou 20... Ou 25) tentar um relacionamento não é fácil... Sempre tive a impressão de que os caras mais bizarros, folgados, paranoicos, neuróticos e decididamente insanos se sentem estranhamente atraídos por mim... Sim!!! Sou um verdadeiro imã de louco! E ontem tive a confirmação! Como na casa dos 30 as baladas já me cansam a beleza, resolvi dar uma espiada em um tal aplicativo que permite conhecer gente nova (Bacana até então). Troquei um papo aqui, fiz um monólogo ali, falei do tempo com um, dos perigos da sociedade moderna com outro e por aí foi até conseguir firmar uma conversa com um carinha (legalzinho ele, bonitão, charmosão e simpático). Trocamos telefone e o tal do whatsapp. Não sei por que cargas d’água adicionei o fulano como Carlos, logo sua foto apareceu e começamos a conversar. Gostaria de saber mais a respeito desse boa pinta, então mandei: Oi Carlos e aí?, bastou um segundo para o Carlos retornar: Meu nome é Cláudio...  Morri de vergonha e me desculpei com o “Carlos Cláudio”, brinquei e disse que ele era o vulgo “CC” até que ele respondeu: CC é como chamamos quem não usa desodorante (oi?)... Poxa me desculpe novamente, e por aí foi... O CC estava em um pub escutando blues e tomando cerveja artesanal, me pareceu interessante, gostava de rock como eu e comentou que viria até a minha cidade na outra noite, para comemorar algo num churrasco entre amigos. Achei ótimo e disse: Então podemos nos ver, vamos a um pub? O CC curtiu a ideia e disse que iria trazer uns amigos (o churrasco já não existia mais). Mandei mensagem a tardinha para pedir a que horas ele iria chegar e quanto tempo era de viagem de A até B, sendo A a cidade do CC e B a minha, quando para minha surpresa CC mandou mensagem dizendo que não morava  na cidade B, mas na cidade C e que eu havia confundido tudo novamente, morri de vergonha e me desculpei (como de costume).  Comecei a produção logo cedo, fazer unhas, cabelos, essas coisas... Com 40°C lá fora, eu e minha amiga ligamos os secadores no meu quarto e ficamos tentando ignorar o suor ensopando nossos vestidos, iríamos ficar lindas, deslumbrantes para o tal encontro. As 21h CC mandou mensagem: Gata vou atrasar, chegarei perto das 22h. Disse que tudo bem, iríamos antes para arrumar uma boa mesa, até aí tudo certo. Saímos felizes e lindas e chegamos ao pub. Sentamos em uma mesa de centro, animada, mas pequena demais para 5 pessoas (eu, ela, ele e mais 2 amigos), então decidimos mudar para uma mesa mais reservada. Depois de 30 minutos na mesa percebemos que estávamos deslocadas e mudamos de mesa novamente, para o meio do agito (para falar a verdade estava bem morno). Pedi o segundo chope e ela o segundo suco. Depois de 1h decidi ligar para o CC, disse-me que estava chegando, então mudamos de mesa novamente para termos mais espaço. A essa altura eu pedi o terceiro chope e se eu pedisse mais uma vez para mudar de mesa  provavelmente chamariam o segurança. CC chegou com mais 2 amigos, como o prometido. Ele era realmente bonitão, porém mais gordinho do que aparentava nas fotos (mas não liguei muito para esse detalhe), o amigo mais falante estava de camiseta e tênis comentando sobre suas viagens para o exterior e o outro achei que era mudo por um momento. Em menos de 15 minutos secaram chopes de 500 mL e falaram sobre o preço do perfume que usavam, e também sobre o mudinho, afinal estávamos eu e uma amiga e não teria par para ele (repensei o encontro neste momento, pensariam eles que se tratava de uma orgia?) Fiquei levemente constrangida... O mudinho abriu a boca finalmente e sugeriu um lugar mais agitado, concordamos e fomos pagar a conta (individualmente). Neguei a carona e fui dirigindo meu carro até o local da festa (festa típica com um pavilhão imenso de possibilidades e álcool). Chegando lá, estacionamos e saindo do carro CC achou que deveria andar a 80 Km/h enquanto meus saltos se debatiam loucamente no chão acidentado...Nesse  momento reparei que ele era realmente mais gordinho e andava de um jeito estranho, achei que devido ao calor sua cueca deveria estar embolada no meio das pernas ou ele havia ganhado uma baita assadura por conta das coxas unidas, mas não, ele... ele... Mancava!  Olhei para minha amiga que continha o riso e fomos em frente. CC então nos ultrapassou e comprou o seu ingresso tão rápido quanto engoliu o chope e abanava o papel na mão com ar de vitória. Compramos os nossos e entramos. Quando entramos CC saiu desesperadamente na dianteira dizendo: Vamos, vamos, vamos achar os meus amigos, se quiserem venham comigo. OI? Deixei CC seguir sua meia maratona e resolvi dar um perdido naquele chato, pão duro, ogro e grosseirão manco de uma figa. Seguimos pelo salão e continuamos a festa encontrando diversos amigos e um turista estrangeiro loucamente embriagado que por algum motivo deu a mim e meus amigos 10 fichas de chope e se foi cambaleando não sei para onde. Reencontrei um amor antigo, que era modelão na época, gato merecedor de aplausos (o qual descobri que era casado após me envolver, mandando o fulano passear, logicamente), estava barrigudo e boçal e me entorpeceu as ideias até as 2 da matina, mostrando fotos do filho no celular, rindo de canto e dizendo: pau que nasce torto nunca se endireita... Reencontrei um outro ex também, o miserável é mais feio que bater em mãe, eu realmente não sei onde estava com a cabeça, mas já que estava ali, comentamos como foi estranho a vez em que fomos assaltados e o passeio a uma cidade vizinha que fizemos. Saí de perto do infeliz mais rápido que cheguei Falei ao telefone com um desconhecido que estava a procura dos amigos (não consigo entender como um telefone de um desconhecido veio parar nas minhas mãos, sim o telefone também não era meu) e voltamos para casa com 2 amigos da minha amiga, os quais eram muito bem apessoados, mas algo era diferente, e eu concluí que eram um casal, conversando com eles quase até o final da noite como tal, quando fiquei sabendo que não, não eram homossexuais... O CC sumiu de vez, nem sinal de fumaça não mandou (ainda bem). Aplicativos? To fora!!! Complicado demais ter um encontro “pré-concebido”, imagina um as escuras...

sábado, 4 de janeiro de 2014

Aos pares (um mais um faz dois?)



Desde pequeninos, aprendemos a ser par! Um par de sapatos, um par de meias, um par de brincos, barbie e ken, tartaruga e lebre, sofá e almofada, um par de cadarços, mamãe e papai, vovó e vovô, tio e tia, primo e prima, sol e suco, chuva e café... E por aí vai... Não estou dizendo que alguns pares não são essenciais, apenas constatando que somos constantemente bombardeados pela ideia de que se não for par, é sozinho! Crescemos atormentados pela possibilidade de enfrentar a malvada solidão.
Almoçar sozinho, sair sozinho, beber sozinho, ir ao cinema sozinho, viajar sozinho são alguns pesadelos de todos os dias...
A solidão é tratada a pontapés em todos os filmes, em todas as novelas e em todas as conversas que vemos e travamos.
Ninguém basta a si próprio, “ninguém é feliz sozinho”, essa é a mensagem contínua que recebemos e a busca por um par ou companhias para o programa mais banal possível se torna imprescindível.
Faz sentido?
Não, não faz. Isso nos leva a depender sempre de outras pessoas para sermos felizes. Se você não “tem” alguém, você é um solitário... “pobre coitado, está sempre sozinho”... Quando eu era pequena, ouvia uma história que dizia o seguinte: “ Deus fez os Anjos com duas asas pois são completos, já os humanos, certa vez perguntaram a Deus porque não tinham duas asas igualmente, então Deus respondeu: - Dei a vocês homens, uma asa para cada um, ao encontrarem a outra (em um par) poderão ser completos voar como os Anjos”.. Creio eu que essa historinha remete-nos a velha questão da “alma gêmea”. Ao meu ver essa história não engloba de forma nenhuma o conceito de liberdade... Fernando Pessoa disse certa vez: “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”. Marisa Monte completa esse raciocínio: “Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho? Vivo tranquilo, a liberdade é quem me faz carinho”... Ou seja, se você está só, tem toda a liberdade de escolher estar com alguém (ou não). O medo de estar só pode ser justificado por Schoppenhauer, quando disse que as pessoas não suportam a solidão porque não suportam a si mesmas. As mulheres são as criaturas mais atormentadas por esta convenção... Basta olhar ao redor, as mulheres conquistaram seu espaço, são inúmeras, maravilhosas, cheias de ideias incríveis, criativas, independentes, amorosas, inteligentes, interessantes. No entanto, apesar de todas as conquistas femininas, muitas delas ainda encontram-se esmagadas sob uma espécie de maldição: a obrigação de encontrar um (par)ceiro, de “procriar”, de seguir a tradição (?)... ninguém precisa viver sozinho, não digo aqui que estas maravilhosas mulheres deverão viver sozinhas para afirmarem sua evolução social, de forma alguma. Apenas acho nocivo e desnecessário essa cobrança absurda e dolorosa, essa corrida contra o tempo, como se encontrar um parceiro e ter filhos fosse o único caminho (possível e) bem-sucedido. Muitas mulheres, independentes e bem sucedidas, tomadas por uma carência imposta e atormentadas pela ideia de que não ter um homem ao seu lado seria uma espécie de fracasso social, procuram de modo errôneo e acabam concordando em se relacionar com homens que as tratam de forma descuidada e muitas vezes desrespeitosa. Esse comportamento é perigoso e pode trazer à tona na fantasia masculina, a mulher carente. Ou seja, aquela para a qual qualquer migalha oferecida é um presente enorme que provoca sorrisos, gratidão e, consequentemente, faz renascer no homem a sensação prazerosa de ser útil. Pois não descarta-se aqui a questão da independência feminina, questão que assombra os homens que ainda se sentem responsáveis e provedores do sustento e é extremamente atrativa para os oportunistas, os “homens-filhos”, dependentes financeiramente e emocionalmente (tá assim deles ó).  Outras, no entanto, estão buscando uma forma mais justa de se relacionar. São mulheres que tem conseguido ser fiéis a si mesmas. São mulheres que desejam um relacionamento afetivo saudável. Tem prioridades na lista (e que lista) parceria, igualdade financeira, honestidade, fidelidade, respeito e cumplicidade. Indo contra o pensamento um tanto machista de Oscar Wilde quando diz que “As mulheres existem para que as amemos, e não para que as compreendamos” (?) Buscam parceiros maduros e prontos que assumam, a seu lado, a responsabilidade de ter um relacionamento (tá em falta no mercado). E existem as mulheres que simplesmente não estão em busca (pasme!). Acredito que ser livre é compreender a própria essência, a própria alma, e você realmente não precisa de ninguém para fazer isso. Felicidade não depende de ninguém, nem o amor, é dádiva solitária, o amor que sinto por alguém é meu e somente meu e será eterno até quando eu me permitir, estando o outro em minha vida ou não. Leon Tolstoi disse que o amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só. E é por aí... Não há nada de aterrorizante em estar bem e feliz sozinha! Digo isso com prioridade. A vida está bela assim, como está (isso não quer dizer que não serei feliz ao lado de alguém), mas no momento estou transbordando de mim mesma! Um relacionamento amoroso ao qual nos entregamos deve nos tornar maior do que somos, e não o inverso. Ter que abrir mão de seu próprio ser é um preço inaceitável.



terça-feira, 12 de novembro de 2013

Não sei qual é a tua verdade e nem a minha, eu transmuto, e assim mudo, cresço, desenvolvo em mim percepções necessárias para o bom andamento da minha vida social, e com elas compreensão e resiliência (palavra de ordem). Mas uma grande verdade é que as pessoas não suportam críticas, ninguém gosta de ser criticado e a fuga do conflito é iminente. Mas são eles – as críticas e conflitos – que quando superados nos elevam a outros patamares, a maturidade plena, criam força e nos impulsionam para sermos pessoas completas, pessoas melhores. Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se, despedir-se do que já não colore os dias. Acho que uma necessidade básica de sobrevivência é entender que ninguém joga com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos, como uma grande dança de cadeiras. Não espere que reconheçam seu esforço, que recompensem sua atitude, que descubram seu gênio, que entendam seu amor, ou mesmo que lhe amem. Encerrando ciclos. Não por orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na minha vida. E a gente tem mesmo é que se libertar do que nos deixa triste, do que exige de nós um esforço desumano, das leis e verdades arraigadas e enraizadas em solo infértil, morto. Deixar de lado tudo o que pesa. Sem pequenezas, futilidades, dramas... A vida é simples meu caro, a vida é leve... O que não vier para o meu lado com o intuito de trazer leveza, que volte por onde veio. Bato a porta, mudo o disco, limpo a casa, sacudo a poeira. Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias... Não ame um reflexo, elimine suas certezas concebidas em um momento de fraqueza, o mundo necessita de coisas bem maiores, sentimentos mais profundos, plenos e capacitados para realmente fazerem a diferença, hipocrisia está fora de moda, aprende! Quanta bobagem meu amigo, quanta tolice, quanta perda de tempo e energia em coisas banais... A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo...”
“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio." Martin Luther King

sábado, 3 de agosto de 2013


Hoje acordei inspirada, fui dormir inspirada, acho que nasci inspirada (demais). Por dias (na verdade tempo demais) penso sobre as pessoas mais ou menos, e cada vez tenho mais receio de que o meio termo seja tanto um perigo iminente como contagioso. Espero profundamente que seja uma virose passageira, como aquelas que as crianças contraem no verão, mas que são esquecidas no inverno... Mas o mundo (cada dia mais passivo) me convence de que a acomodação é um vírus social permanente e corrosivo, como um autismo eleito e adaptado. 

Caminhando em direção oposta de Hieráclito, onde tudo flui e nada fica como é, sentamos e esperamos no camarote que as coisas mudem... 


Que estejamos preparados para ver os tão queridos sinais de afeto, afetados pela indiferença, por favor, não sejamos tão mais ou menos, tão meio termo, tão tristes. Tenho medo de gente mais ou menos, gente que se comunica mais ou menos, que ama mais ou menos, que pensa mais ou menos, que controla seus impulsos a fim de parecer mais ou menos normal, gente que faz da hipocrisia seu escudo, para que a sociedade o julgue mais ou menos encaixado em seus padrões, gente que fala mais ou menos, gente que não liga, que não gosta, que não dança, que não se importa, ou que se importa, mais ou menos... Também tenho medo dos atiradores de elite, aqueles desesperados por atenção e dependência, cruzes, desses passo longe, mas não mais ou menos, longe sim, e isso é decisão (é mais, é fato). Vai Martha, vem Clarice: "Viver tem que ser perturbador, é preciso que os nossos sentidos sejam despertados! O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece ser parte da sua biografia!" Pelo amor de Deus mexa-se! De um longo mergulho de cima do muro das lamentações e corre para o abraço, a oportunidade perdida é desperdício de vida e de tempo! Não estou preocupada com os teus medos, a sociedade está se lixando para os teus anseios, ninguém, absolutamente ninguém vai bater a tua porta e oferecer-lhe a felicidade. É “mais ou menos isso”, e se você for um entendedor mais ou menos, observa que “a razão, seguindo o caminho indicado pelos sentimentos, tem asas curtas e falhas”.
Para hoje, em especial Émile Auguste Chartier:"A palavrinha 'farei' tem perdido impérios. O futuro só tem sentido na ponta da ferramenta." E Grita: (Pois se há o direito ao grito, EU GRITO) "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito!" (CL)

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O nosso domingo!


Naquele domingo furtamos os sorrisos, naquele domingo a brisa despenteou minhas certezas, naquele domingo, descobri a aquarela perdida engolida pelos dias cinzas que permeiam minha rotina... E se não houvesse sol? Dançaríamos na lua, caminharíamos de mãos dadas... Tua alma clarinha iluminando a minha, no balanço desse carinho puro e gratuito... Mas que inigualável ternura partilhamos naquele domingo... Que Deus me permita nunca esquecer da beleza desse dia simples, e que eu consiga agregar na bagagem que pesa a minhas costas,  a pluma leve desses tão açucarados momentos! Carrego uma sucessão de erros e minha trilha é marcada por imperfeição, mas que belo presente encontrar um olhar alheio as cicatrizes, e um sorriso que perfumou as minhas mãos e coloriu-me a alma! Roubo o texto pois assim roubo pouco, ou muito de ti, mas sinto que também é meu, por direito, e será por tanto tempo permitir guardado aqui, no desejo do sempre!

“Aquele domingo tomei como nosso. Roubei pra mim, como aquele poema que eu queria ter escrito. Guardei comigo. Na prateleira mais alta, longe do alcance das crianças. Aquele domingo de primavera para nós, de inverno para eles. Ah, se soubessem, quanta inveja teríamos causado. Aquele domingo é nosso. Aquele sol somente aqueceu a nós. Ninguém mais o viu como nós vimos. Aquele domingo vou emoldurar em dourado. No meio da cidade cinza tudo se tornou mais belo naquele domingo.”